EX: banda traz rock sombrio, minimalista e singular. Confira as primeiras músicas do novo disco “EX LUX”!
EX
A banda EX é da capital gaúcha Porto Alegre e é formada por ex-integrantes da decana e cult banda do cenário alternativo Deus e o Diabo, junto a novos companheiros que foram convidados a compartilhar os mesmos ares e criar arte em forma de música, com influências do rock, folk, post-punk e o cabaret.
No verão de 2006 estávamos com a Deus e o Diabo meio em coma, naquela síndrome do segundo disco, o “Também Morrem os Verões“. Mas DEOD nunca acabou. A EX é a continuação de todo esse nosso processo criativo, do jeito de compor meu, da Thiane Nunes e do Rafael Martinelli, da nossa forma de viver a vida fazendo arte. – Guilherme Kramt
Guilherme Klumt – foto por Marco Antônio
Com a DEOD, Rafael Martinelli (Jesus de Marti), Thiane Nunes e Guilherme Klamt lançaram dois trabalhos independentes, “DEOD” e “Também Morrem os Verões“. Agora juntos à Cristiano Sertório, Alexandre AG e Rodrigo Souto formam a EX, trazendo um som autoral singular, como descrevem ser “um rock bem sombrio, que soa vanguarda, mesmo com ecos dos anos 80“.
A banda parece trabalhar em dois extremos, ora doce, ora amarga, eufórica, pensativa ou na deprê, sendo através de conflitos internos, nostalgia e relações [intra]pessoais a base das letras e canções.
Rafael Martinelli – foto por Rodrigo Luz
Com uma atmosfera e energia gótica, é como se a EX chamasse-nos para um passeio por corredores de uma catedral moderna, uma caminhada por ruas vazias de uma metrópole humana decadente, ou mesmo para um retiro de apreciação da sua arte em forma de música, enquanto pensamos nas nossas próprias vidas em paralelo ao som, que foi construído sobre “o início e o fim de um minimalismo barroco“, de acordo com os próprios.
Discografia
Mesmo sendo uma sequência da DEOD, a EX como banda já conta com um excelente trabalho autoral independente em sua história, e prepara-se para o lançamento do segundo disco.
EX – Ainda (2008)
Como debut album da banda, “Ainda” serviu basicamente para impor conceitos e definir a sonoridade do todo e da ideia. Nostalgia e melancolia dão o tom da obra, que também carrega os sentimentos que o cotidiano, e o desencanto quanto as transformações que o mesmo nos acarreta, em um universo não tão paralelo.
O primeiro disco da EX foi todo composto pelo trio original (Klamt, Thiane e Martinelli), onde os mesmos tocaram todos os instrumentos e criaram e gravaram as baterias junto ao produtor do disco Thomas Dreher, o mesmo que também esteve presente nos dois trabalhos da DEOD.
“Ainda” é um disco de estúdio, bem intimista, bem confessional. É até meio que biográfico do momento que vivíamos eu, a Thi e o Martinelli. – Guilherme Klamt
Sonoridade simples, minimalista, delicada e muitas vezes tensa, seja através de detalhes musicais para a criação de uma atmosfera desejada, seja através de melodias peculiares ou mesmo dos vocais e sobreposições de vozes.
O fato é que “Ainda” é coeso do começo ao fim e uma verdadeira obra de arte contemporânea com ares antigos.
Abaixo, confira o video clipe para a faixa “Obrigado (por tudo e por nada)“, que é um dos destaques do disco:
EX LUX (2016)
Atualmente a banda se prepara para um novo álbum de inéditas, com um lançamento previsto para esse ano.
Quando o “Ainda” ficou pronto, sentimos a necessidade de, depois de um longo tempo, voltar a tocar ao vivo. Até pensamos em nos apresentar com bases pré-gravadas, mas talvez pela nossa formação artística mais punk, não nos sentimos bem e resolvemos montar uma banda. – Guilherme Klamt
Foi então que Cris Sertório foi chamado para guitarras e baixo e Júlio Leal para a bateria. De lá para cá, outros artistas também foram convidados para tocar com a EX pelo simples prazer de criar e compor as músicas também ao vivo.
E foi assim que o segundo disco da banda “EX LUX” começou a tomar forma, através de composição de shows e entre shows. A participação de diversos artistas está no mesmo, alguns só no período de composição e nas turnês, como o Cris Spaniol, Arlen Andrade, Madger Moreira e Bode Bodes, outros na convivência em turnês, como amigos do litoral do Rio Grande do Sul como Jean Hussein, Luan Machado e Eduardo Zimmer, e outros ainda nas gravações captadas no disco, como Rodrigo Souto, Stefano Fell, Jakelina Soares e Alexandre AG.
Hoje a formação é mais intimista: eu, Thi, Martinelli, Sertório, Souto e AG, que recém substituiu o Julio Leal. Também temos feito shows acústicos, às vezes com a formação reduzida. Estamos numa fase onde tocamos em todo lugar, toda semana, todo dia, se for. Chamou, a gente está lá, mesmo que às vezes sem as condições ideais. Bem punk mesmo, bem “faça você mesmo”. – Guilherme Klamt
EX – Ontem
No dia 21 de dezembro do ano passado foi disponibilizada a musica “Ontem“, gravada no estúdio de Thomas Dreher em 2015 e com lançamento através do já tradicional selo Lezma Records. Em “Ontem“, Rafael Martinelli e Thiane Nunes cantam recortes de uma poesia escrita e esquecida em uma gaveta por dez anos.
Segundo os integrantes, a banda lança o trabalho em um momento de limpeza e renovação, como o primeiro passo de uma nova fase. E não poderia ter começado melhor! Confiram abaixo a belíssima faixa “Ontem“, com toda a sonoridade característica que a EX construiu desde a sua formação, acrescida ainda de toda a experiência adquirida até aqui:
EX – Graça
E como se não bastasse, fomos agraciados com mais uma música do novo álbum!
Lançada no ultimo dia 10 de fevereiro, a faixa “Graça” nos trás um som um pouco mais pegado, e diga-se de passagem, com uma sonoridade totalmente excelente, redondinha.
Dá o play logo abaixo e fique ainda mais ansioso pelo disco completo:
Segundo a banda, “Ainda” foi um álbum de estúdio, já “EX LUX” é um disco de banda, que nasceu em turnês para turnês. As gravações foram captadas quase tudo nos primeiros takes e os vocais são praticamente as gravações guias. A banda buscou retratar o grupo tocando junto, levando esse sentimento e essa verdade para dentro do álbum.
Mas que fique claro que não trata-se de um disco lo-fi. Após as captações, a EX ficou aproximadamente dois meses com Thomas Dreher dentro do estúdio trabalhando em cada instante e em cada detalhe.
Sendo assim, “EX LUX” definitivamente não será um disco para ouvir de passagem, e sim uma obra para a cada audição descobrir novos elementos.
Ansiosidade mata? Esperamos que não…
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facedaex
CHEERS!
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Muito obrigado pela reportagem, importantíssima para divulgar nossa arte e apoiar a música independente. Grande abraço!
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